sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Apocalipse - Estudo 9


As Quatro Primeiras Trombetas
No estudo anterior, vimos a abertura do 7º Selo e, naquela oportunidade, estudamos de maneira resumida a profecia de Daniel a respeito das 70 Semanas de anos...
Agora, vamos continuar o estudo do cap. 8 do Apocalipse, vendo as quatro primeiras Trombetas do Juízo de Deus.
1ª Trombeta
Ap 8:7 — O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.
Os resultados desse 1º juízo das Trombetas serão terríveis. Reparem que, enquanto os 4 anjos do Juízo ainda estavam retidos sob o 6º Selo (7:2-3), por causa da selagem dos 144.000, agora a ordem para esperar foi revogada... Os juízos começam verdadeiramente...
Saraiva (chuva de pedra de gelo), fogo e sangue! Uma terça parte da terra, das árvores e das ervas verdes são queimadas...
Reparem, ainda, que, da mesma forma que os 4 primeiros Selos, os 4 primeiros juízos das Trombetas, também, estão relacionados uns com os outros:
O 1º Juízo das Trombetas atinge a terra (v.7); o 2º atinge o mar (v.8); o 3º atinge as fontes de água (v.10-11); e o 4º atinge o universo (v.12-13)... Tudo é, portanto, julgado pelo Cordeiro...
2ª Trombeta do Juízo
Ap 8:8-9 — O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, 9 e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações.
Reparem que muita coisa no Apocalipse, como já falamos aqui, é simbólica... Mas, quando João usa símbolos, ele indica que aquilo se trata de um símbolo...
Neste sentido, vejam que NÃO está dito que uma GRANDE MONTANHA em chamas foi atirada ao mar. NÃO! O que está dito, reparem, é: ... uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar...
É claro que podem existir aqui muitas interpretações. Alguns estudiosos acham que se trata de um vulcão... mas, a maioria entende que será um meteoro em chamas que cairá no mar... Há também outros que dizem que serão bombas atômicas...
Entretanto, reparem, como um terço do mar se transforma em sangue, não há como explicar esse juízo de Deus. Agora, vejam, a verdade é que NÃO é muito importante saber COMO acontecerá... mas, SIM, que acontecerá!
Se alguém tiver dúvidas disso, é só ler Êx 7:20-21, onde a 1ª praga sobre o Egito se realizou de maneira semelhante: — Fizeram Moisés e Arão como o SENHOR lhes havia ordenado: Arão, levantando o bordão, feriu as águas que estavam no rio, à vista de Faraó e seus oficiais; e toda a água do rio se tornou em sangue. 21 De sorte que os peixes que estavam no rio morreram, o rio cheirou mal, e os egípcios não podiam beber a água do rio; e houve sangue por toda a terra do Egito.
Reparem que esse acontecimento é indicado em outros pontos da Escritura. Por exemplo, no Sl 105:29 — Transformou-lhes as águas em sangue e assim lhes fez morrer os peixes. Também, no Sl 78:44, lemos — e converteu em sangue os rios deles, para que das suas correntes não bebessem.
Isso demonstra que o Senhor não depende nem de meteoros, nem de bombas atômicas como instrumentos de juízo, embora esteja no seu poder utilizar essas coisas, se for da Sua soberana vontade... Por isso, é importante salientar que não se deve querer sempre explicar tudo em detalhes...
Reparem, também, que uma grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar. Em qual mar??? Embora não se possa afirmar com certeza, tudo indica que será o Mar Mediterrâneo, em cujas margens já aconteceram tantas coisas em relação ao Plano da Salvação...
Todavia, certamente, todos os mares do mundo serão afetados por esse 1º Juízo das Trombetas. Reparem que, no mundo, existem 7 mares e 3 oceanos... O texto diz que uma terça parte do mar se transforma em sangue. Isso significa mais do que um oceano inteiro. Imaginem, também, a montanha de peixes mortos... um terço dos peixes morrerá...
Mais ou menos recentemente, cientistas da NASA localizaram através de satélite um organismo semelhante a um vegetal que faz a água do mar ficar vermelha e mata os peixes, pois é extremamente venenoso... É a chamada maré vermelha...
O texto diz também que foi destruída a terça parte das embarcações. Isso nos faz imaginar que ondas enormes destroçarão nas costas um terço das embarcações... Será que estamos fantasiando??? As Tsumani!!!
Lembramos mais uma vez que esse terrível período acontecerá durante a Grande Tribulação, pertence ao DIA DO SENHOR e será depois do Arrebatamento.
Não se compreende por que o homem, de maneira geral, dá tão pouca atenção ao DIA DO SENHOR, apesar da Escritura falar tanto dele. Isaías, em Is 2:12-21, diz assim: — Porque o Dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que seja abatido; 13 contra todos os cedros do Líbano, altos, mui elevados; e contra todos os carvalhos de Basã; 14 contra todos os montes altos e contra todos os outeiros elevados; 15 contra toda torre alta e contra toda muralha firme; 16 contra todos os navios de Társis e contra tudo o que é belo à vista. 17 A arrogância do homem será abatida, e a sua altivez será humilhada; só o SENHOR será exaltado naquele dia. 18 Os ídolos serão de todo destruídos. 19 Então, os homens se meterão nas cavernas das rochas e nos buracos da terra, ante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando ele se levantar para espantar a terra. 20 Naquele dia, os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se prostrarem, 21 e meter-se-ão pelas fendas das rochas e pelas cavernas das penhas, ante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando ele se levantar para espantar a terra.
3ª Trombeta do Juízo
Ap 8:10-11 — O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. 11 O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.
Vamos analisar os efeitos da 3ª Trombeta. As águas amargas de que nos fala o AT têm um equivalente nos últimos tempos. Reparem que, na época em que o povo de Israel passou pelo deserto, durante os três primeiros dias, não havia água para eles beberem... e quando eles encontraram água, essa água era amargosa.
Êx 15:23 diz assim — Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas;
No fim dos tempos, como lemos, cai do céu sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto.
O que é absinto?? Absinto é um líquido muitíssimo amargo preparado com as folhas de uma erva chamada Artemisia absinthium.... Essa estrela, portanto, cai espalha absinto por um terço dos rios e das frontes de água.
Isso significa que essa estrela não precisa, necessariamente, ser formada de matéria compacta, uma vez que o tal absinto é um líquido... Essa estrela pode, então, por exemplo, ser um cometa... Sabemos que os cometas têm uma parte gasosa na sua constituição...
Seria, assim, talvez, um cometa que traz em si, na sua parte gasosa o absinto, estragando a água potável, a água que se pode beber, de um terço dos rios e de outras fontes...
Ou seja, é retirado dos homens, em grande parte, aquilo de que eles mais necessitam para viver: a ÁGUA. Por quê? Porque eles rejeitaram a ÁGUA DA VIDA, rejeitaram o Senhor Jesus...
4ª Trombeta do Juízo
Ap 8:12 — O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.
Por tudo o que já vimos até aqui, nós constatamos que haverá, no final dos tempos, acontecimentos terríveis, catástrofes que não podemos imaginar.
Atualmente, já estão acontecendo coisas tremendas, jamais vistas em outros tempos... As Tsumanis são um exemplo...
Um outro exemplo, que eu li há pouco tempo e que é significativo, é um fenômeno astronômico. Um astrônomo, chamado Bruce Margon, descobriu um corpo celestial misterioso e incompreensível... As observações desse cientista indicam que esse corpo se movimenta à VELOCIDADE DE ATÉ 184 MILHÔES DE KM por hora... e isso em duas direções ao mesmo tempo...
Parece que esse corpo celestial, uma estrela de características desconhecidas, parece que ela se aproxima e se afasta da terra, ao mesmo tempo, e num ritmo, ou freqüência, de aproximadamente 60 dias.
Os cientistas, liderados por Bruce Margon, descobriram esse corpo estranho quando estavam estudando uma estrela chamada SS433 e que está a 10.000 anos-luz da terra. Eles chegaram à conclusão de que esse corpo deve ter uma energia descomunal e expele os seus gazes somente em duas direções opostas e nessa incrível velocidade de 184 milhões Km/h. É, assim, um corpo celeste absolutamente diferente, porque as estrelas normais emitem gazes em todas as direções ao mesmo tempo...
Mas, voltemos ao nosso estudo do Apocalipse.
É interessante observar que a Sagrada Escritura fala a esse respeito... Em Lc 21:25-27 o próprio Senhor Jesus anunciou — Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; 26 haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados. 27 Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória.
Igualmente, os profetas fizeram previsões a esse respeito... Por exemplo, Is 13:9-10 diz assim — Eis que vem o Dia do SENHOR, dia cruel, com ira e ardente furor, para converter a terra em assolação e dela destruir os pecadores. 10 Porque as estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz.
É exatamente isso que nos é mostrado no 4º Juízo das Trombetas. O profeta Ezequiel também viu isso e escreveu em EZ 32:7-9 — Quando eu te extinguir, cobrirei os céus e farei enegrecer as suas estrelas; encobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não resplandecerá a sua luz. 8 Por tua causa, vestirei de preto todos os brilhantes luminares do céu e trarei trevas sobre o teu país, diz o SENHOR Deus. 9 Afligirei o coração de muitos povos, quando se levar às nações, às terras que não conheceste, a notícia da tua destruição.
Também, em Joel 2:10 e 3:14-15, encontramos referências ao 4º Juízo das Trombetas. Esses versos dizem assim: — Diante deles, treme a terra, e os céus se abalam; o sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor... Porque o Dia do SENHOR está perto, no vale da Decisão. O sol e a lua se escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor.
Assim, esse 4º Juízo das Trombetas será uma catástrofe cósmica inimaginável. Reparem o que o v.12 diz que — ... foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas...
Essa expressão foi ferida significa uma terrível explosão que será capaz de abalar todo o Universo...
O Tríplice Ai
E agora, vem o v.13 e diz — Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!
Reparem que antes de acontecer os três últimos e mais importantes Juízos das Trombetas, há uma espécie de proclamação no céu que consiste desse tríplice Ai... Ai dos que moram na terra...
Agora, o que significa essa águia voando pelo meio do céu e clamando em alta voz???
Na Bíblia, os filhos de Deus são, muitas vezes, comparados com águias. Por exemplo, em Is 40:31 está escrito – mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.
No Salmo 103:5 lemos — quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
Parece, portanto, que essa águia do Apocalipse representa justamente a Igreja do Senhor Arrebatada... A Igreja, da qual fazemos parte, e que está unida ao Cordeiro, da mesma forma que os 24 anciãos também representam a Igreja...
A Bíblia explica a própria Bíblia. Em Lc 17, o Senhor Jesus descreve o arrebatamento, e os v. 34-35 dizem — Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; 35 duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra. — e o v. 37 completa assim — Então, lhe perguntaram: Onde será isso, Senhor? Respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres.
Aetoi é a palavra grega que está no texto. Aetoi pode ser traduzido por abutres ou por águias. A versão corrigida traduz por águias! O fato é que ambas são aves de rapina que se alimentam de carne.
É uma figura, concordo, um tanto macabra... Mas, reparem, é uma figura perfeitamente lógica no contexto desse verso. Os crentes são chamados de abutres, ou de águias e, como o Cordeiro foi morto, ... aí se ajuntarão também os abutres...
Será que esses abutres, ou essas águias, vão comer o cadáver??
Vejamos o que diz Jo 6:53-55 — Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. 54 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
Além disso, para não compreendermos de maneira errada esse ponto importante do estudo, vamos recordar um trecho do Sermão Profético de Jesus em Mt 24:26-28 — Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa, não acrediteis. 27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem. 28 Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.
Consequentemente, se o próprio Senhor Jesus usa essa figura, nós mesmos temos mais é que nos lembrar sempre que Ele é o Cordeiro de Deus que foi morto desde a eternidade...
Ou seja, quando João teve a visão da águia, ele experimentou aquilo que já havia sido representado no AT. Em Dt 32:11-12, o Senhor diz ao seu próprio respeito — Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o SENHOR o guiou, e não havia com ele deus estranho.
Desta maneira, o tríplice Ai da águia, ou seja, da Igreja, é aquilo a que se referiu o apóstolo Paulo em 1º Co 6:2 — Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?
Ou seja, como Igreja do Senhor Jesus, nós participamos do juízo sobre o mundo. A águia tem, assim, uma missão a cumprir entre o toque da 4ª e o da 5ª Trombeta. Qual é exatamente essa missão, ainda não sabemos, mas, ISTO SIM, sabemos que, se formos fieis, seremos vencedores e, então, voaremos como águias no meio do céu... Amém

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Apocalipse - Estudo 8

O 7º Selo
Ap 8:1-5 — Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora. 2 Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. 3 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; 4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. 5 E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
No estudo anterior, vimos os 144.000 e a Multidão Inumerável e, naquela ocasião mostramos o significado disso....
Hoje, vamos ver, inicialmente, a abertura do 7º Selo. O apóstolo João continua no céu, em espírito... ele é testemunha ocular desse grande acontecimento... O Cordeiro de Deus está acabando de abrir o 7º Selo do Livro, e isso faz com que os juízos de Deus caiam sobre a terra...
Esta é a visão do apóstolo João... Mas, reparem, isso tudo esta, de fato, prestes a acontecer... O Arrebatamento da Igreja pode ocorrer a qualquer momento...
Como vimos nos estudos anteriores, os 6 primeiros selos foram abertos, NA VISÃO de João, e nós analisamos as conseqüências. Mas, um Selo ainda está faltando – o 7º Selo...
As conseqüências desse 7º Selo são as mais importantes, porque do 7º Selo vêm as 7 Trombetas e, depois, as 7 Taças da ira de Deus, como veremos mais pra frente...
Podemos estabelecer, aqui, um paralelo com o AT. Reparem que os filhos de Israel tiveram que dar uma volta por dia em torno de Jericó, durante 6 dias... No 7º dia, eles tiveram que dar 7 voltas... e, depois que eles fizeram isso, conforme o relato de Josué 6, os muros de Jericó caíram.
É como se Deus aguardasse um tempo, antes de executar o seu juízo. Esse é aquele atributo de Deus que se chama Longanimidade... é a grande paciência de Deus... É o que diz o apóstolo Pedro em 2 Pe 3:9 — Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento. (naturalmente, esse todos são TODOS os escolhidos...)
Essa longanimidade de Deus também está relacionada com a conseqüência da abertura do 7º Selo. Reparem que está escrito no v.1 — Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
Reparem também que NÃO está dito Meia Hora, mas, SIM, cerca de meia hora. Isso significa um pouco mais, ou um pouco menos que meia hora. Essa informação vaga, sem precisão, tem dois motivos:
1. Na eternidade, a contagem do tempo não é como aqui... Lá, o tempo já passou, e tudo é eternamente PRESENTE.
2. Agora, desde que foi indicado um tempo terreno, cerca de meia hora, nós podemos calcular esse tempo de maneira terrena. Como é isso??? Vamos explicar.
Reparem que a Grande Tribulação dura 7 anos e corresponde à 70ª semana de anos de Daniel. Dn 9:24-27 diz assim – Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. 25 Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26 Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. 27 Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.
Vamos fazer aqui um pequeno intervalo, para entendermos a profecia de Daniel. Se nós não compreendermos bem a profecia das 70 semanas, não teremos condições de entender o Sermão Profético de Jesus em Mt 24, e nem tampouco o Livro do Apocalipse. Por quê?
Pelo seguinte, quase todo o Apocalipse, isto é, do Cap. 6 ao 22, trata apenas da aplicação da profecia das 70 Semanas de Daniel.
Vamos procurar resumir o mais possível a profecia de Daniel, para depois podermos voltar ao Apocalipse.
O v. 24a diz – Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo — O que significam essas 70 semanas?? Reparem que, no 9:2 Daniel diz assim — no primeiro ano do seu reinado (Dario), eu, Daniel, entendi, pelos livros, que o número de anos, de que falara o SENHOR ao profeta Jeremias, que haviam de durar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos.
Ou seja, o povo judeu estava há 70 anos no cativeiro da Babilônia, e não acontecia a volta para Jerusalém. Esse cativeiro do povo judeu ocorreu em razão da desobediência deles com relação às determinações de Deus.
Em Levítico, Deus havia determinado a observância de um ano sabático, isto é, um ano a cada 7, no qual a terra descansava.
Todavia, durante quase 500 anos, desde o período da monarquia de Israel até o cativeiro babilônico, os judeus não cumpriram a determinação de Deus. Assim, o próprio Senhor fez a terra descansar por 70 anos, colocando o povo judeu no cativeiro.
Reparem que 70 anos é o total de anos sabáticos, anos de descanso, ocorridos exatamente no espaço de 490 anos.
Assim, as 70 semanas da profecia de Daniel são semanas de anos, NÃO de dias. E nós podemos afirmar isso porque o original hebraico não diz semana, mas, sim, setes – setenta setes. No hebraico, quando se trata de semana de dias é acrescentada a palavra yamin = dias.
Além disso, a expressão semana de anos é bíblica. Ela aparece em muitas passagem da Escritura. Por exemplo, em Lv 25:8 — Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.
Reparem, também, que os 6 eventos preditos sobre Israel, por Daniel, em 9:24, ainda não se cumpriram — Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para 1 fazer cessar a transgressão, para 2 dar fim aos pecados, para 3 expiar a iniqüidade, para 4 trazer a justiça eterna, para 5 selar a visão e a profecia e para 6 ungir o Santo dos Santos.
Em 9:27, por ocasião da última das 70 semanas, a Bíblia diz assim — Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana. É absolutamente ridículo se falar em um pacto entre nações para durar 7 dias.... só o protocolo leva, às vezes, várias semanas...
E mais, a autenticidade da profecia de Daniel foi atestada pelo próprio Senhor Jesus, em Mt 24:15 — Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda). — Aqui, o Senhor mostra que a última das 70 semanas, isto é, os 7 anos da Grande Tribulação, é um evento futuro, porque o fato citado, o abominável da desolação, ainda não ocorreu...
Além disso, vejam, as 70 semanas são divididas em 3 partes: 1ª parte – 7 semanas = 49 anos; 2ª parte – 62 semanas = 434 anos;
3ª parte - 1 semana = 7 anos. Total = 490 anos.
Voltemos, agora, ao apocalipse. Nós estávamos analisando a expressão cerca de meia hora. O dia de 24 horas tem 48 meias horas, certo?
Pois bem, como o ano bíblico é um ano lunar de 360 dias, essa meia hora do Apocalipse corresponde, na verdade, a 7 dias e meio... 360/48 = 7,5
No 7º Selo, Deus dá, portanto, mais 7 dias e meio de prazo. Foi assim também com Noé. Reparem que depois que Noé construiu a arca, depois que os animais e toda a sua família estavam na arca, o Senhor disse a Noé, em Gn 7:4 — Porque, daqui a sete dias, farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites...
Ou seja, Deus deu um prazo além do estabelecido. Por que Ele fez isso? Porque Deus quer sempre que os seus eleitos se arrependam...
A abertura do 7º Selo tem conseqüências terríveis, mas primeiro acontece, como vimos, cerca de meia hora de silêncio... = 7 dias e meio.
Isso é muito esclarecedor. Reparem: na abertura do 1º Selo, uma poderosa voz diz, VEM! O mesmo acontece com o 2º, o 3º e o 4º Selos (6:1-7).
No 5º Selo, ouve-se o clamor das almas dos mártires (6:9-10). Na abertura do 6º Selo, houve um grande abalo no céu e na terra, e o terror tomou conta dos homens.
Entretanto, na abertura do 7º Selo, não se ouve nenhuma voz, nenhum movimento é feito, mas, ao contrário, há uma interrupção nos acontecimentos... houve silêncio no céu cerca de meia hora... Todo o céu está quieto, silenciou o louvor a Deus e tudo está parado.
Reparem que em 7:3 nós vimos que Jesus diz — Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus — Ou seja, com a selagem dos 144.000 acontece também uma pausa no juízo de Deus, uma pausa SEM indicação de tempo.
Mas, aqui, no 7º Selo, isso não acontece... NÃO existe ação alguma, mas neste silêncio Deus fala. Aliás, Deus sempre fala no silêncio... Ele fala quando existe silêncio em nós. O Sl 46:10 diz – Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. – e, em Is 41:1 o Senhor diz — Calai-vos perante mim, ó ilhas, e os povos renovem as suas forças...
Reparem que, no momento em que Jesus ficou em silêncio, na sua vida terrena, Ele falou mais alto... O Profeta Isaías diz assim em Is 53:7 — Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca.
Facilmente, podemos compreender que esse silêncio de cerca de meia hora, no meio do juízo, é uma revelação do caráter do Cordeiro... esse silêncio é uma revelação do íntimo de Deus.
Reparem que, apesar dos juízos, Deus não está nos terremotos, nem no vento, nem no fogo, mas, Deus está, isto sim, em profundo silêncio...
Verificamos, portanto, que nessa meia hora = 7,5 dias, na abertura do 7º Selo, o Senhor revela o íntimo do seu caráter... Essa pausa divina atinge todos os seres viventes, todos os anjos e todos os bem-aventurados que estão no céu...
E o centro desse silêncio é o trono de Deus e do Cordeiro. Reparem que a Escritura não faz nenhuma referência a esse período de silêncio sobre a terra... de maneira que, no v.2, olhamos novamente para o céu — Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas...
Observem que esses 7 anjos são servos diretos de Deus e têm muito poder. Aliás, já no AT, verificamos que, quando os anjos do Senhor agem, coisas grandiosas acontecem.
Por exemplo, em 2 Rs 19:35, lemos assim — Então, naquela mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres.
Compreende-se, assim, que os servos de Deus, sejam anjos, ou sejam homens, têm sempre grandes tarefas a realizar, e fazem essas tarefas com grande autoridade... autoridade concedida pelo próprio Senhor nosso Deus. Amém???
O v.2 nos diz também que aos 7 anjos foram dadas sete trombetas que procedem, que vêm, do 7º Selo. Não podemos perder de vista que, aqui, nós estamos na época do DIA DO SENHOR... e como dissemos, esse não é um dia comum de 24 horas, mas, sim, um período que abrange os 7 anos da Grande Tribulação... é o período dos juízos de Deus sobre a terra.
Neste sentido, é interessante observar que em Sf 1:14-16 está escrito assim — Está perto o grande Dia do SENHOR; está perto e muito se apressa. Atenção! O Dia do SENHOR é amargo, e nele clama até o homem poderoso. 15 Aquele dia é dia de indignação, dia de angústia e dia de alvoroço e desolação, dia de escuridade e negrume, dia de nuvens e densas trevas, 16 dia de trombeta e de rebate contra as cidades fortes e contra as torres altas.
Reparem, portanto, que o profeta Sofonias já havia chamado o Dia do SENHOR de dia de trombeta... Outro aspecto que chama a atenção ainda, é que, nesse cap. 8, vemos não somente profecias sobre o futuro, mas também profecias que foram cumpridas no passado...
Por exemplo, quando Deus deu a Moisés as tábuas da Lei, no Monte Sinai, ouviu-se também o som de uma trombeta muito forte, e o próprio Senhor Deus desceu em fogo... Em Ex 19:18 está escrito que — Todo o monte Sinai fumegava, porque o SENHOR descera sobre ele em fogo... e aqui, no Apocalipse, logo na 1ª Trombeta, também cai fogo do céu. Diz, assim, o v.7 — O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde.
Em Nm 10:9, está dito que, em perigo de guerra, era tocada uma trombeta. Assim, com o toque das 7 trombetas, está sendo anunciada a guerra contra a Besta, a guerra contra o anticristo...
Mas, antes que os anjos toquem suas trombetas, aparece OUTRO ANJO... o v.3 diz — Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono...
Esse outro anjo, como vimos no cap. 7, é próprio Senhor Jesus. E, aqui, Ele se apresenta como o Sumo Sacerdote que realiza a tarefa de oferecer incenso no altar de ouro...
Os vv 4-5 dizem — e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. 5 E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto...
Reparem que essas orações dos santos são todas as orações de todos os santos, de todos os tempos... e essas orações têm um efeito duplo:
1. efeito sobre Deus, pois elas sobem ao Senhor como aroma suave; e 2. efeito sobre a terra, na forma dos juízoz de Deus...
Agora, entretanto, vem uma pergunta. Por que motivo a solenidade dessas orações oferecidas com incenso é realizada, justamente, antes do momento em que são tocadas as 7 Trombetas do Juízo??? Por que esse acontecimento está incluído no 7º Selo, após os 7 dias e meio de silêncio???
Em 5:8 lemos que — quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos... — ou seja, os 24 anciãos que representam a nós, a Igreja Glorificada, a Igreja Arrebatada, se prostram diante do Cordeiro com taças de ouro cheias de incenso...
Reparem que isso foi no início, pouco antes da abertura do 1º Selo... No v. 9 seguinte, eles cantam um novo cântico, mas ainda não se fala no atendimento das orações...
Os próprios santos glorificados elevam orações diante do Cordeiro e, lá no cap. 5, eles esperam resposta a essas orações... Agora, aqui no cap. 8, reparem, é o próprio Senhor Jesus, em forma de OUTRO ANJO, quem eleva essas orações... Por quê??
Porque Ele, o Sumo Sacerdote, é o nosso fiador, é o Mediador entre nós e Deus-Pai. É como se, agora, Jesus estivesse dizendo a Deus — Pai, chegou a hora de atender a estas orações... orações daqueles que foram comprados pelo meu sangue.
Reparem que, na abertura do 6º Selo, temos a impressão de que ali começam os últimos e os piores dias do fim dos tempos. Mas, na abertura do 7º Selo, diz o v.5 que — houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto... — Ou seja, agora, sim, as catástrofes são maiores ainda...
As Trombetas
O v.6 diz — Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
A seqüência está muito clara. Depois que passa o período de silêncio, aquele período de cerca de meia hora = 7,5 dias (v.1), depois que os juízos afastam os empecilhos para a fundação do Reino de Paz sobre a terra, o Rei dos reis prepara-se para assumir o trono do seu reinado...
Não é por acaso que se fala, aqui, que os 7 anjos preparam-se para tocar as trombetas... No AT, a posse de um novo rei era anunciada pelo toque de trombetas... Essa linguagem era, assim, familiar ao apóstolo João.
Por exemplo, na posse do Rei Salomão, assim se refere 1º Rs 1:39 — Zadoque, o sacerdote, tomou do tabernáculo o chifre do azeite e ungiu a Salomão; tocaram a trombeta, e todo o povo exclamou: Viva o rei Salomão!
Aqui, no Apocalipse, são tocadas as trombetas do juízo para que o Rei da Glória, o Senhor Jesus, possa entrar...
Para não perdermos a visão geral dos acontecimentos, é oportuno salientar alguns pontos: do Ap 6 a 8:1 fala-se dos 7 Selos que são abertos; de 8:2 a 9:21 e em 11:15-19 está escrito a respeito das 7 trombetas do juízo; e, nos capítulos 15 e 16, veremos as 7 taças da ira de Deus...
Essas taças da ira de Deus, figuradamente, significam que o anticristo está sendo derrotado, porque o Senhor Jesus está assumindo o seu reinado de mil anos (cap.17)
É importante, também, observar que são três ondas de juízos: 1. A Abertura dos Selos. 2. O toque das Trombetas. E 3. o Derramamento das Taças da Ira de Deus. A cada onda as catástrofes vão aumentando de intensidade...
Assim, reparem, na abertura dos selos, é atingido um quarto da terra. Em 6:8 lemos, a respeito dos 4 cavaleiros do Apocalipse, que — foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.
Quando as trombetas tocarem, será atingida a terça parte da terra. Em 9:18 está dito – Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens;
E, no derramamento das Taças, todo o mundo é atingido. Em 16:14 lemos — porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso.
E mais, não somente a intensidade dos juízos aumenta, como também vai aumentando o endurecimento do coração dos homens.
Reparem que, na abertura do 6º Selo, os homens estão apavorados. Em 6:16 está dito assim — e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro...
Entretanto, quando toca a 6ª Trombeta, está escrito em 9:20 — Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar...
Na 7ª Taça da Ira é, ainda, muito pior... 16:21 diz — Também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande.
O estudo do capítulo 8 é bem grande, razão pela qual nós vamos, hoje, parar por aqui. No próximo estudo, vamos analisar as 4 primeiras Trombetas do Juízo, ou seja, o capítulo 8:7-13...

Apocalipse - Estudo 7

Selagem dos 144.000 e a Grande Multidão
Ap 7:1-8 – Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma. 2 Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, 3 dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Deus. 4 Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel: 5 da tribo de Judá foram selados doze mil; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; 6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; 7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; 8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim foram selados doze mil.
Em meio a esse período de juízos de Deus sobre o mundo, juízos que são representados pelos selos que estão sendo abertos pelo Cordeiro, como vimos na semana passada, entre o 6º e o 7º selo temos uma espécie de parêntesis, isto é, um intervalo, pois o 7º selo somente será aberto no capítulo 8.
Nesse cap. 7 que iremos estudar hoje, a graça e a misericórdia de Deus se manifestam sobre dois grupos de pessoas especiais...
Reparem que no meio das catástrofes tremendas que estão acontecendo, ocorre, portanto, uma pausa, uma espécie de silêncio... Podemos comparar com um tornado... ou um ciclone... um furacão... Sabemos que no meio de um furacão, uma tormenta que destrói tudo por onde passa, no meio reina um profundo silêncio...
O v.1 diz — Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma.
Reparem que os quatro anjos seguram os quatro ventos do juízo, mas estão a ponto de soltá-los. Entretanto, aí aparece um outro anjo que ordena, em alta voz, como está no v.2-3 — Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à terra e ao mar, dizendo: Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as árvores...
Isso significa que os quatro poderes destruidores, representados aqui pelos quatro ventos, não podem, simplesmente, serem lançados sobre a terra de qualquer maneira...
E isso é uma prova de que o Senhor mantém o controle sobre a execução dos juízos, como também sobre todas as coisas...
Agora, a pergunta que se faz é: — Quem é esse Outro Anjo que aparece? Reparem que ele tem grande autoridade, pois ele ordena em alta voz... No meu modo de entender, esse outro anjo é o próprio Senhor Jesus na figura de um anjo que subia do nascente do sol... (v.2)
Vemos, aqui, de maneira profética o futuro de Israel... Malaquias 4:2 diz assim: — Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas...
Esse outro anjo, reparem, ele é muito superior aos quatro que seguram os quatro ventos, as tempestades do juízo... Está claro que esses quatro anjos têm a tarefa de soltar os juízos de Deus sobre a terra...
Mas, aí, vem de repente uma contra-ordem, uma contra-ordem que tem precedência, que tem autoridade para mudar...
Podemos comparar isso com um sinal de trânsito. Reparem, quando o sinal está verde, podemos passar livremente... Mas, se vier uma ambulância (polícia) com a sirene ligada, a preferência é da ambulância, temos que parar...
A ordem desse outro anjo tem, assim, prioridade... e isso é um indício muito forte de que se trata de uma ordem do Senhor Jesus para que os quatro juízos ainda não sejam soltos...
Assim durante a Grande Tribulação, um grupo de 144.000 pessoas de Israel receberá o selo de Deus... É o mesmo que acontece, hoje, antes do arrebatamento...
Quando uma pessoa é convertida, quando recebe o Senhor Jesus em seu coração, ela se arrepende de seus pecados e essa pessoa é selada com o Espírito Santo, como está em Ef 1:13 — em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
E nós sabemos também que o Espírito Santo, conforme o v.14 de Ef 1, é — o penhor da nossa herança...
Deus,portanto, deu o seu próprio Espírito Santo como penhor, como garantia, para que nós fiquemos seguros de que seremos guardados, até o Dia da Redenção, até a Volta do Senhor Jesus...
Esta selagem, durante a Grande Tribulação, será uma selagem coletiva, uma selagem que acontecerá quando Jesus voltar, porque só então Israel compreenderá que, de fato, Jesus é o Messias prometido...
Naturalmente, esse número 144.000 é um número simbólico, como o são a maioria dos números do Apocalipse e da Bíblia... 144.000 = 12 x 12 x 1000...
Todavia, uma coisa é certa, trata-se especificamente de judeus que compõem as doze tribos de Israel... Isso está bem claro no texto... Existem estudiosos que não querem aceitar isso e falam que as tribos são dos crentes fieis...
Mas, reparem, isso é uma grande tolice... Os crentes fieis, nessa altura, já foram arrebatados... Além disso, o texto fala claramente nas tribos de Israel e nomeia cada uma delas... E mais, nós não podemos perder de vista que Israel, quer queiramos ou não, é povo de Deus e isso é bíblico (explicar)
Não resta, pois, a menor dúvida de que esse nº 144.000 se refere aos israelenses que se converteram, que se tornaram crentes, durante a Grande Tribulação, portanto, depois do arrebatamento.
Esses 144.000 são referidos também no cap. 14:1-5. Ali, verificamos que eles não têm antepassados espirituais, porque eles são, como diz o v.4, primícias para Deus e para o Cordeiro.
Igualmente, eles não têm descendência espiritual... e isso vale também para nós, porque Deus não tem netos, mas somente filhos. Isso significa que a conversão não pode ser herdada... (explicar)
Vejamos, agora, o ato de selagem dos 144.000. O v.2 diz — Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo...
Reparem que é a própria Trindade Santa que age: 1. O selo é o Espírito Santo; 2. o Espírito Santo do Deus vivo, isto é, de Deus-Pai; 3. e o anjo que clama em alta voz, como explicamos, é o Filho.
Temos, aqui, portanto, o Pai, o Filho e o Espírito Santo... E o Filho, no v.3, diz — ... até selarmos na fronte os servos do nosso Deus.
Essa selagem com o Espírito Santo é absolutamente necessária, caso contrario, ninguém na terra poderia escapar da Grande Tribulação...
Ap 7:9-17 — Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; 10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. 11 Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! 13 Um dos anciãos tomou a palavra, dizendo: Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? 14 Respondi-lhe: meu Senhor, tu o sabes. Ele, então, me disse: São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro, 15 razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário; e aquele que se assenta no trono estenderá sobre eles o seu tabernáculo. 16 Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, 17 pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.
Embora tenhamos uma pausa entre o 6º e o 7º selos, como explicamos, essa passagem que acabamos de ler faz parte do 6º selo, porque, reparem, o 6º selo tem como resultado três visões:
1. Catástrofes que enchem as pessoas de perplexidade, medo e terror... Em 6:5-17, se os irmãos estão lembrados, nós vimos que o sol fica negro como saco de crina, a lua vermelha como sangue e a terra é abalada por um enorme terremoto.
2. Em meio a esse juízo, é estabelecida uma pausa por causa dos 144.000 de Israel que ainda têm que ser selados.
3. A grande multidão vestida de vestiduras brancas e com palmas nas mãos (7:9)
Agora, reparem, as duas primeiras visões se referem à terra (catátrofes) e a pessoas de carne e osso (os 144.000). Mas, a 3ª visão se refere ao céu e às pessoas que estão lá glorificadas.
Entretanto, o conteúdo dessa visão faz parte das outras duas. Por quê? Porque o dia da Volta do Senhor Jesus, ///, não é um dia comum de 24 horas...
Todos os selos e todos os acontecimentos desencadeados pela abertura desses selos fazem parte desse dia... Entretanto, cada um desses acontecimentos representam períodos variados... podem durar vários dias, vários meses e vários anos...
O que o apóstolo João vê, agora, no céu, é algo extraordinário. Os v.9-10 dizem: — Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; 10 e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
Essa visão é a continuação do cap.4, onde João vê o trono de Deus e do Cordeiro e os 4 seres viventes com os 24 anciãos assentados em tronos...
E, agora, aparece essa multidão inumerável, proveniente de todas as nações, vestidas de branco, acenando com as palmas da vitória... E não só isso, a multidão louva e clama em alta voz: — Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
E, aí então, vem a reação (v.11-12) — Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!
Ou seja, o louvor da multidão causa um novo louvor e produz uma espécie de reação em cadeia... Mas, essa cena da visão do apóstolo é perfeitamente compreensível, embora essa grande multidão exija uma análise aprofundada...
Reparem que um ancião pergunta no v.13 — Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram?
Esta pergunta, reparem, não é feita com relação aos 144.000 de Israel, porque, nesse caso, não existe dúvida, está muito claro, como acabamos de ver... A pergunta também não é em relação aos anjos que estão em volta do trono, nem tampouco com relação às almas que estão debaixo do altar...
Deve, portanto, haver algo de especial com respeito a essa multidão inumerável...
Reparem, também, que João demonstra que não sabe QUEM são, nem de onde vieram aquelas pessoas, pois ele diz no v.14a – meu Senhor, tu o sabes. — E, como João, muitos estudiosos do Apocalipse também não sabem QUEM são, e dão respostas, às vezes, sem fundamento a esse respeito...
Mas, com base no mesmo v.14b, todos sabem de onde aquelas pessoas vieram, pois o ancião diz a João — São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro...
Todavia, existem muitas opiniões a respeito de QUEM são, aquelas pessoas que formam a grande multidão: (1) elas podem ser pessoas de carne e osso que estavam na terra na Grande Tribulação; ou (2) poderiam ser espíritos em processo de transição; ou (3) santos glorificados em suas habitações celestiais; e (4) muitas outras são as opiniões...
Assim, como as opiniões são muitas, a melhor coisa a fazer é verificar o que estas pessoas NÃO são, e, aí, poderemos esclarecer muitos pontos:
1. Elas NÃO são os vencedores redimidos que constituem a Igreja Glorificada do Senhor Jesus. Nós já vimos, nos cap. 4 e 5, a igreja arrebatada a qual é representada pelos 24 anciãos coroados e assentados em tronos.
Essa multidão NÃO está assentada, mas, sim, em pé. A Igreja arrebatada aparece no céu antes de se iniciarem as catástrofes e os juízos sobre o mundo...
A tal multidão, no entanto, aparece diante do trono, enquanto os juízos na terra estão sendo realizados, até a abertura do 6º selo...
A multidão NÃO pode ser a Igreja Glorificada, repito, porque ela já estava no céu antes que soasse a hora das provações, conforme podemos deduzir de 3:10 — Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.
Reparem que a multidão tem palmas em suas mãos, e está dito, de forma muito clara, que ela passou pela Grande Tribulação. Assim, é um erro querer equiparar essa multidão inumerável com a Igreja arrebatada e glorificada...
2. Essa multidão, também, NÃO pode ser identificada com os 144.000 selados, porque a esses é dado um número que indica uma quantidade, embora simbólica...
Mas, em relação à multidão é dito que ela é INUMERÁVEL. Além disso, os 144.000 selados, como vimos, são de Israel, enquanto a grande multidão procede de todas a nações, tribos, povos e línguas...
Assim, parece que essa grande multidão foi tirada da Grande Tribulação... parece que a Grande Tribulação foi interrompida, entre o 6º e o 7º selos, por causa dessa grande multidão...
Entretanto, essa é uma conclusão um tanto cômoda, porque essa grande multidão não é mostrada DURANTE o tempo em que ela está na Grande Tribulação... Ela é mostrada, apenas, no momento em que ela sai como vencedora... Ou seja, ela só é mostrada DEPOIS que sofreu a Grande Tribulação.
Desta maneira, esta é a dedução, temos aqui uma visão ANTECIPADA daquilo que ainda não foi completado... poderíamos dizer que é uma visão do futuro do futuro... João pode ver isso porque ele vê tudo da eternidade.
Assim, essa grande multidão será afligida DURANTE e APÓS a abertura do 7º selo, durante as 7 trombetas e as 7 taças da ira de Deus.
Isso acontece, porque essa grande multidão é constituída por aquelas pessoas que se recusam a adorar o ANTICRISTO, quando ele se manifesta como a BESTA... Consequentemente, vem o martírio dessa multidão inumerável, quando aquelas pessoas têm que morrer por causa da sua fé...
Desta forma, como eu disse, neste cap.7 a grande multidão é mostrada ANTECIPADAMENTE, como a grande ceifa... Isso indica que, durante a Grande Tribulação, haverá também um grande despertamento...
É um despertamento tardio, um despertamento, de certa forma, triste, porque essa pessoas serão salvas, mas terão que sofrer muito e pagar com suas vidas...
Sabemos, portanto, agora, exatamente QUEM são, ou melhor, de qual situação vem essa grande multidão... São pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas... pessoas que não aceitaram a Cristo antes do arrebatamento...
Entre essa pessoas estão, certamente, aqueles que se dizem cristãos, mas que desprezam a advertência de Jesus que está em Mt 24:44 — Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.
Esses deixados para trás, além de não darem importância à advertência do Senhor, também não se preparam... É exatamente como no tempo de Noé, como o próprio Senhor Jesus diz em Mt 24:38-39 — Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, 39 e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.
Quando eles perceberam, era tarde demais... No arrebatamento, também será assim... Os que ficarem para trás passarão pelas guerras, pela fome, pelos terremotos, por violências de toda espécie...
O irmão pode até levantar uma dúvida: — Mas, pastor, como é que depois do arrebatamento, ou seja, durante a Grande Tribulação, ainda haverá conversões??? O Espírito Santo não estará mais presente, então, como é isso???
Que o Espírito Santo já terá se retirado da terra, está absolutamente correto!!! Mas, a obra do Espírito Santo permanece mesmo assim...
(ilustração) Tomemos, por exemplo, o quadro de um pintor famoso... Miguel Ângelo, ou um escritor, por exemplo, Machado de Assis, estas pessoas já morreram há muito tempo, mas a obra delas continua vivendo, continua influenciando a cultura...
Da mesma forma, a obra do Espírito Santo estará vivificando a Palavra de Deus no coração dos homens... Quem ouviu a Palavra poderá ainda receber a graça da Salvação...
Vamos dar um exemplo. Um casal em que um é crente e o outro não. Acontece o arrebatamento... Vamos supor que a mulher é arrebatada... O camarada olha pro lado e já era... a mulher sumiu..
Em seguida, o marido começa a ouvir no rádio, na TV, nos jornais, que muita gente desapareceu no mundo... e ele começa, então, a perceber que aconteceu, justamente, aquilo que sua esposa dizia que iria acontecer...
Aí, começa a Grande Tribulação, os sofrimentos e tudo mais... e esse marido se lembra da Palavra de Deus, Palavra que não volta vazia (Is 55:11)... E aquele homem entrega, então, seu coração a Jesus.
Essa pessoa vai sofrer muito, vai morrer martirizado, e vai fazer parte, exatamente, daquela grande multidão inumerável...
Assim, os efeitos vivificadores do Espírito Santo estarão atuantes durante a Grande Tribulação... Quando o v.14 diz que eles — lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro... — isso significa que o Espírito Santo está agindo...
Estes salvos, retardadamente, não terão a experiência do novo nascimento, como nós... Mas, através do arrependimento, eles serão salvos para a eternidade...
Que eles se converteram, está mais que provado no v.14 – lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro...
Entretanto, há uma coisa aqui que chama a nossa atenção. Reparem que o versículo fala duas vezes em vestiduras: (1) lavaram suas vestiduras e (2) alvejaram as vestiduras no sangue do Cordeiro.
Por que motivo??? Pelo seguinte motivo: 1º eles lavaram suas vestiduras, isto é, lavaram o seu interior no sangue do Cordeiro... Se arrependeram e foi lhes dada a conversão... 2º eles entregaram suas vestiduras, isto é, seus corpos, e tornaram-se UM com Jesus em sua morte...
Assim, depois que aquelas pessoas deixaram suas vidas, foi alcançado o número de mártires pelo qual esperavam os que estavam em baixo do altar, aqueles que já haviam recebido uma vestidura de honra...
Os irmãos estão lembrados??? O Ap. 6:11 diz assim – Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
Agora, portanto, o número de mártires está sendo completado, e eles estão diante do trono de Deus e do Cordeiro, e louvam ao Pai e ao Filho...
A fonte da bem-aventurança é o Cordeiro, pois o 7:17a diz assim – o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida.
Ou seja, o sofrimento deles será transformado em glória, porque o próprio Deus-Pai lhes enxugará dos olhos toda lágrima (17b).
E para encerrar o estudo de hoje.... Se a glória desses restantes, desses que vão ser martirizados durante a Grande Tribulação, será tão grande, imaginem como será a glória dos que serão arrebatados ANTES da Grande Tribulação... É como está em 1 Co 2:9 — Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Amém!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Apocalipse - Estudo 6


O Cordeiro Abre os Selos

Ap 6:1 — Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos...
Esta expressão “Vi” não deve ser separada dos capítulos anteriores que já estudamos. Por exemplo, em 5:1 ou em 5:6, o apóstolo João também diz: – Vi, na mão direita...; ...Então, vi, no meio do trono...
Precisamos salientar esse detalhe, porque João teve uma visão sem interrupções, uma visão completa... E ele vê tudo aquilo dentro da perspectiva da ETERNIDADE.
Reparem que a visão do apóstolo começou quando ele foi arrebatado em espírito ao céu (4:1). Assim, João vê tudo desde a eternidade... Ou seja, aos poucos, vamos percebendo que João teve uma visão grandiosa do final dos tempos, uma visão de todos os acontecimentos dos últimos dias.
Agora, vejam, embora estes acontecimentos possam ser colocados numa ordem cronológica, isto é, embora eles possam ser ordenados na seqüência em que acontecerão..., estes acontecimentos já são o presente na eternidade.
E João vê tudo de uma só vez, embora ele somente seja capaz de descrever esses acontecimentos um de cada vez. É por esse motivo que não podemos separar os capítulos de 4 a 6...
O Livro Selado do qual falamos na semana passada (cap.5) e que estava na mão direita de Deus-pai, passou agora para as mãos do Cordeiro... Isso corresponde, exatamente, à afirmação do próprio Senhor Jesus que, Jo 5:22, diz aos que o perseguem — E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento...
Como vimos, também, no estudo anterior, este livro selado não contém nenhum segredo, ou novas revelações, pois ele está escrito por dentro e por fora...
Entretanto, ele está selado com os sete selos, porque ele é, como dissemos, O TESTAMENTO DE DEUS E DO CORDEIRO, ele é a herança de Deus para a sua igreja, para nós.
É, portanto, aquilo que nós herdamos da Cruz do Calvário... e essa herança precisa passar a ter força de lei... Ou seja, os selos precisão ser abertos...
Estes selos significam os juízos que devem vir sobre o mundo, esse mundo que rejeita a Deus, que rejeita ao Senhor Jesus, e que está cada vez mais e mais atolado no pecado...
Agora, portanto, o Cordeiro começa a abrir os selos... A descrição da abertura desses selos mostra que, aqui, nós estamos entrando num novo tempo, numa nova época do Plano de Salvação.
O ser humano viveu várias épocas. Primeiro, uma época sem lei, depois da Queda... Depois, uma época com a lei, a lei que foi dada por Deus a Moisés e que vai até a 1ª Vinda do Senhor Jesus.
Com a vinda do Messias, chegamos à época da graça que continua em vigor até os dias de hoje...
Mas, no momento em que o Cordeiro tomar o livro e abrir o 1º selo, sairemos da era da graça e entraremos numa outra era...
Assim, Ap 6 mostra, exatamente, isso... mostra que a era da graça está encerrada, porque nesse tempo a Igreja do Senhor Jesus já terá sido arrebatada..
Agora, portanto, o Cordeiro começa a dar força de lei à sua herança... E nós, que fazemos parte da Igreja de Cristo, e que, portanto, vencemos com Ele, estaremos no céu e seremos co-herdeiros dessa herança maravilhosa.
Reparem, também, que em contraste com os cap. 4 e 5, onde todos os atos se referem ao que está no céu, no cap. 6, todas as ações são direcionadas para terra, para o nosso planeta...
Com a abertura dos selos, começa, então, um terrível período de juízos sobre a terra. O 7º selo, como veremos mais pra frente, inclui as sete trombetas, e a 7ª trombeta é justamente a última trombeta... e inclui também as sete taças do juízo...
Tudo isso começa, portanto, no cap.5 e vai terminar no cap. 20, com a 2ª Vinda do Senhor... Esse é o Dia do Senhor, o Dia da Volta de Jesus...
O período dos sete selos é, dessa maneira, um período que se encontra entre o Arrebatamento da Igreja e a era do estabelecimento do Reino da Paz, quando o Senhor Jesus voltar...
Vejamos então os selos:
O 1º Selo:
Ap. 6:1-2 — Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem! 2 Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer.
Os quatro primeiros selos nos mostram 4 cavaleiros, ou seja, há sempre um homem e um cavalo. Esses quatro cavaleiros que aparecem por ocasião da abertura dos quatro primeiros selos representam:
1- Conquista: O primeiro cavaleiro cavalga um cavalo branco, empunha um arco e se chama "Conquista". Ele representa todo indivíduo que se empenha em conquistar o mundo pela força. Poderia representar Domiciano, Hitler, ou outro conquistador qualquer, como, George W. Bush e outros que ainda vão surgir. Mas, iremos analisar esse cavaleiro mais em profundidade daqui a pouco.
2- Guerra: O segundo cavaleiro, que se chama "Guerra", utiliza um cavalo vermelho. Foi lhe dado "tirar a paz da terra, para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dado uma grande espada" (v.4). Inevitavelmente, a guerra é o resultado da ação de conquista.
3- Fome: O terceiro cavaleiro é a "Fome". Ele cavalga um animal preto e na mão, segura uma balança. Uma voz fala em trigo, cevada, azeite e vinho. O simbolismo da balança sugere a escassez de alimento, que tem que ser racionado. Ainda hoje vemos exemplos da maneira pela qual a guerra traz a fome, como é o caso de eventos recentes no Iraque... e em países da África.
4. Morte: O nome do quarto cavaleiro é "Morte". Ele cavalga um animal amarelo, e o Hades, isto é, o inferno o estava seguindo. O sentido é "morte que segue a morte"... porque a morte provoca a morte. Assim, esse 4º cavaleiro completa a obra dos três anteriores.
Entre esses 4 cavaleiros do Apocalipse, o 1º tem uma posição especial. Entre todos, o 1º Cavaleiro, o do cavalo branco, tem sido interpretado pelos estudiosos das mais diversas maneiras.
Alguns, inclusive, quiseram interpretar esse cavaleiro como o próprio Cristo, dizendo que o seu cavalo branco significa a pureza e que ele, como Cristo, — saiu vencendo e para vencer (v.2b).
Essa interpretação é errada pelas seguintes razões:
1. O Senhor Jesus já se revelou como um Cordeiro como tendo sido morto (5:6), como um Cordeiro que abre os selos. Por isso, Ele não pode, ao mesmo tempo, se revelar numa outra figura.
2. Como o Senhor Jesus é o único que é digno de abrir os selos e, quando Ele abre o 1º selo, avança esse cavaleiro do cavalo branco. Logo, Ele mesmo não pode ser o tal cavaleiro...
3. O cavaleiro do cavalo branco está, claramente, subordinado às ordens de Deus. Reparem que, quando o Cordeiro abre o 1º selo, João ouviu — um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem! (v.1) Isso é uma ordem e essa ordem vem do trono de Deus. Todavia, o Pai confiou todo o julgamento ao Filho, de modo que esse cavaleiro do cavalo branco nunca poderia ser Cristo.
4. Além disso, como vimos mais atrás, a esse cavaleiro do cavalo branco seguem a guerra (cavalo vermelho), a fome (cavalo preto) e a morte (cavalo amarelo)... E nós sabemos que ao Senhor Jesus essas coisas não o seguem... Ao contrário, com Cristo sempre vem a Paz, a Abundância e a Vida.
Fica claro, portanto, que o 1º Cavaleiro do Apocalipse, aquele que cavalga o cavalo branco, é a personagem mais sinistra da humanidade... Falamos, inicialmente, que ele poderia ser Domiciano, Hitler, Sadan Russen ou qualquer outro desses flagelos.
Mas, esse cavaleiro representa, na verdade, o ANTICRISTO. Reparem que ele não é um príncipe por nascimento, porque está dito no v.2 que — ...foi-lhe dada uma coroa...
No livro do Apocalipse, vamos encontrar com freqüência essas imagens duplas, imagens que apresentam um grande contraste entre si.
Assim, o cavaleiro do cavalo branco, o anticristo, é semelhante a Cristo. Ele engana com seu cavalo branco, com sua aparência inofensiva, com sua aparência de vencedor...
Quando o Cordeiro abre o 1º selo no céu, o anticristo aparece imediatamente na terra... e o Senhor Jesus predisse isso em Jo 5:43 – Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis.
E esse outro está a caminho... Eu creio, inclusive, que ele já está no meio de nós... (Lord Maitreya). E o mundo ira receber esse falso cristo, um homem forte, um super-homem que dominará o mundo e que com ele virá guerra, fome e morte...
(treva e luz X Arrebatamento). Bom para os que forem arrebatados... Nós estaremos lá do céu assistindo a tudo de camarote... Mas, que coisa terrível será para os que ficarem para trás (Deixados para Trás).
É isso que está em Ap. 12:12 – Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.
O anticristo é, assim, o 1º juízo dos selos, após o arrebatamento da igreja. Esta começando, portanto, o período da Grande Tribulação...
Nós nos demoramos mais na analise do 1º selo porque esse 1º selo é fundamental... Vejamos os demais
O 2º Selo:
Ap 6:3-4 — Quando abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem! 4 E saiu outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi dada uma grande espada.
Quando Jesus diz em Mc 13:5-6 – ... Vede que ninguém vos engane. 6 Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu; e enganarão a muitos. — Jesus está se referindo ao anticristo.
E o v.7 continua — Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis; é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. — Esse é o cavaleiro do cavalo vermelho, a Guerra, como dissemos antes.
Cabe salientar que os selos descrevem o que irá acontecer em linhas gerais. Entretanto, os próximos capítulos vão falar do anticristo e vão falar das guerras terríveis que estão por vir de maneira mais detalhada.
Esse 2º cavaleiro é caracterizado por três coisas:
Primeiro, reparem, o texto diz que — foi-lhe dado tirar a paz da terra — Esse é um anúncio claro das guerras que estão por acontecer...
Segundo, o texto prossegue e diz — que os homens se matassem uns aos outros. Isso já é realidade nos nossos dias...
Os homicídios, os assassinatos, os crimes mais terríveis já começam a acontecer.
Terceiro, a esse cavaleiro do cavalo vermelho o texto diz que — lhe foi dada uma grande espada. Essa é uma referência aos bilhões e bilhões de dólares que cada vez as nações têm gasto em armamento, em armas nucleares, em instrumentos cada vez mais sofisticados para matar. Essa é a grande espada que está sendo preparada agora...
O 3º Selo:
Ap 6:5-6 — Quando abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser vivente dizendo: Vem! Então, vi, e eis um cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão. 6 E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes dizendo: Uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário; e não danifiques o azeite e o vinho.
Reparem que a descrição desse 3º cavaleiro diz que ele tem uma balança em suas mãos. Essa balança indica o racionamento dos alimentos que precisam ser medidos e pesados. Isso significa a fome... uma fome que já é, nos dias de hoje, muito grande em todo o mundo.
O texto faz referência a uma escassa medida de trigo por um denário. Conforme podemos ler em Mt 20:2 — E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha. — Um denário correspondia, no tempo de João, a um dia inteiro de trabalho de um trabalhador... Esse trabalhador tendo que dar, por uma simples medida trigo, um dia inteiro de seu trabalho, isso significava fome para a sua família...
A fome, que vem matando milhares e milhares de pessoas em todo o mundo nos dias de hoje, talvez seja mais terrível ainda do que a guerra... Lm 4:9 diz assim — Mais felizes foram as vítimas da espada do que as vítimas da fome; porque estas se definham atingidas mortalmente pela falta do produto dos campos.
O texto diz também (v.6b): — não danifiques o azeite e o vinho. — O que significa essa expressão? Reparem que o azeite, ou o óleo, na Bíblia, representa o Espírito Santo. O vinho representa o sangue do Senhor Jesus derramado na cruz do Calvário... Essa é, portanto, uma alusão de que a Igreja do Senhor não sofrerá nenhum mal - não danifiques o azeite e o vinho! — porque a igreja já estará arrebatada quando essas coisas acontecerem.
O 4º Selo:
Ap 6:7-8 — Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto ser vivente dizendo: Vem! 8 E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavaleiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar à espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra.
Esse 4º cavaleiro, praticamente, não precisa ser explicado. Ele se estabelece como o grande coveiro do mundo... é o anticristo trazendo morte e destruição. Rm 6:23 nos diz que o salário do pecado é a morte, e esse cavaleiro arrasta atrás de si o inferno, isto é, as suas vítimas, as pessoas que não creram no Senhor Jesus... Estas pessoas são as que ficaram para trás, não foram arrebatadas e vão sofrer todas essas calamidades, as guerras, a fome, as pestes e a morte.
É como está em Mt 24:21 — porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais.
O 5º Selo:
(AP 6:9-11) — Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam. (10) Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? (11) Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
Quando o Cordeiro abre o quinto selo, o simbolismo se modifica. Nos atos anteriores, vimos os meios pelos quais Deus pode exercer seu julgamento e algumas de suas ações.
Aqui, vemos a razão desse julgamento. Debaixo do altar, João vê "as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus, e por causa do testemunho que deram".
É claro que João se refere, primariamente, aos mártires do período de Domiciano... Todavia, aqui estão os mártires do período da Grande Tribulação.
Vamos explicar isso melhor. Reparem que esses mártires clamam, dizendo em grande voz — Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?
Em 1º lugar, por que eles clamam? Essas almas clamam, em contrataste com os arrebatados, porque elas estão sem corpo, sem o corpo glorificado... Reparem que elas estão debaixo do altar. A Igreja de Jesus, ao contrário, está glorificada.
Reparem também que elas dizem — Até quando, ó Soberano Senhor, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? — À primeira vista isso parece estranho... Parece que essas almas estão clamando por vingança. Mas, não é isso. Esse clamor tem razões profundas:
1. Essas almas vêem como Deus julga o mundo, mas elas mesmas continuam sem justificação... apesar de terem sido as únicas que, durante a Grande Tribulação, aceitaram a Palavra de Deus e receberam a Cristo como Salvador...
2. Essas almas clamam para que a honra e o louvor ao nome de Deus sejam restabelecidos na terra. Reparem que até a forma de tratamento é diferente. Elas gritam: — ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro... Em outras palavras, é como se elas estivessem dizendo: — Senhor, não permita que o Teu Santo Nome continue a ser injuriado...
3. Essas almas clamam, também, como dissemos, porque não foram glorificadas. E por que não foram??? Não foram porque elas estão sem o selo do Espírito Santo! Em Ef 1:13 lemos assim: — em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
Todavia, essas almas não receberam o selo porque, no tempo que elas creram, isto é, durante a Grande Tribulação, o Espírito Santo já não estava mais aqui... Mas, o clamor é respondido: — Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.
Assim, essas almas devem esperar ainda um pouco, até que seja completado o número dos que ainda serão salvos durante a Grande Tribulação...
A cada mártir é dado uma vestidura branca, símbolo de vitória e pureza, e é dito a eles que tenham paciência. O tempo ainda não está maduro para a retribuição de Deus. No fim, entretanto, o juízo e a vitória de Deus chegarão.
O 6º Selo: O Terremoto, o Fim dos Séculos
(AP 6:12-17) — Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, (13) as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, (14) e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. (15) Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes (16) e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, (17) porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?
Reparem que, quando o sexto selo é aberto, João vê, como lemos, uma série de catástrofes. Existem algumas controvérsias sobre o significado dos fenômenos descritos neste trecho...
A dúvida é se eles se referem a catástrofes localizadas, ou se diz respeito a uma antevisão simbólica do juízo final e do fim dos tempos. Seja qual for a interpretação, esta parte do drama simboliza o poder de Deus contra aqueles que rejeitam a Ele e ao seu plano de salvação.
A partir disso, podemos perguntar: O que acontece com os crentes, os que forem convertidos durante essas catástrofes destruidoras? Eles escaparão, ou serão vitimados por elas?
A resposta está no sétimo selo, o qual somente será aberto no capítulo 8. Amém!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Apocalipse - Estudo 5



A Visão do Livro e dos Selos
Apocalipse 5 — 1 Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. 2 Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? 3 Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; 4 e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. 5 Todavia, um dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos. 6 Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra. 7 Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; 8 e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, 9 e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação 10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. 11 Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, 12 proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. 13 Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. 14 E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e adoraram.
No Capítulo 4, vimos Deus como Criador de todas as coisas e, agora, no cap. 5 lemos a continuação da visão que João teve da santidade e da glória de Deus...
Reparem que essa visão da glória de Deus não muda, continua a mesma, porque Deus é imutável. Tg 1:17 nos diz que em Deus – ... não pode existir variação ou sombra de mudança. Ou seja, Deus é eternamente o mesmo...E isso é um consolo para nós que vivemos num mundo cheio de variações, num mundo cheio de mudanças, ao ponto da filosofia afirmar que a nossa única certeza é a certeza da mudança...
Na visão que se segue, João vê um livro seguro pela destra daquele que está sentado no trono. (AP 5:1) — Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos.
Reparem também que, nesse cap. 5, a visão de João é muito ampliada. Ele vê agora um livro, isto é, ele vê um rolo, porque naquela época não existiam livros como os conhecemos hoje. Havia, sim, rolos de papiro...
Nesta nova seqüência de visões de João, Deus é apresentado como Redentor, e João vê o rolo na mão direita daquele que está assentado no trono.
Reparem que tudo o que está à direita de Deus está relacionado com a REDENÇÃO e com a Salvação. Deus separa os cabritos da ovelhas, como lemos em Mt 25:33 — e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; — e diz, no v.34, aos que estão à direita — Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. – e no v.41, aos que estão à esquerda o Senhor diz — Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Além disso, reparem, o próprio Senhor Jesus está assentado à direita da Majestade de Deus... porque é na mão direita que está a força. Assim, o livro que João vê está na mão direita de Deus...
Reparem que o livro está escrito por dentro e por fora, e está selado com sete selos. Uma das possíveis interpretações para o significado do livro sugere que ele trata do destino dos homens. Mas, será que é isso mesmo? Vamos analisar...
Quando lemos todo o cap. 5, percebemos que este rolo, na mão direita de Deus, deve ser algo de extrema importância. Este rolo é tão extraordinariamente importante que o Cordeiro de Deus é levado a agir, tomando o rolo das mãos de Deus, como está no v.7 — Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono;
Este gesto do Senhor Jesus tem como conseqüência que os 24 anciões e os 4 seres viventes se prostram diante do Cordeiro, como podemos ler no v.8 — e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, — e entoaram Novo Cântico, dizendo (v.9-10) – Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação 10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
Reparem, também, que ninguém mais é digno de abrir aquele rolo especial, conforme está no v.3 – Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
Somente este fato já nos leva a perguntar: — O que será que esta escrito nesse livro, nesse rolo??? Será que ele contém a História da Criação do Mundo??? Claro que não! E por que não??
Simplesmente, porque se assim fosse, não haveria ordem na seqüência divina de toda a visão. Reparem que no 4:11 nós vimos que Deus é adorado como criador de todas as coisas... está assim — Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Ora, se o livro tratasse da criação, não seria apropriado, não seria adequado e estaria fora de ordem apresentar o Cordeiro de Deus, No entanto, é disso que trata o rolo... Por quê? Porque o próprio Cordeiro, o Senhor Jesus, é a revelação de Deus. Jo 1:18 diz assim: – Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
E o próprio Senhor Jesus diz em Jo 14:9 – ...Quem me vê a mim vê o Pai;
Também, se imaginarmos que o livro se refere à Redenção, de uma coisa podemos ter certeza: NÃO SE TRATA DA REDENÇÃO REALIZADA NA CRUZ DO CALVÁRIO.
Ou seja, não se trata da experiência pessoal da redenção que o crente obteve com a Nova Aliança... Não, não é isso! Essa experiência pessoal de cada um de nós está baseada no ato do Senhor Jesus que, como Cordeiro de Deus, derramou o seu sangue precioso na Cruz, para nos lavar de todo o pecado.
Mas, não é disso que o rolo trata... O rolo é a respeito da REDENÇÃO, mas num outro sentido. Esse rolo fala do DIA DA REDENÇÃO que está adiante de nós... que está, portanto, no futuro, ou seja, o rolo fala do Dia da Volta do Senhor Jesus.
É preciso salientar esse ponto. A Redenção na Cruz não tem efeito somente para a nossa vida neste mundo, isto é, para a nossa situação atual.
O apóstolo Paulo, em 1 Co 15:19, diz assim: — Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.
É claro // que a redenção tem efeito para toda a eternidade... tanto para nós como para todo o Universo. Aliás, reparem, os filhos de Deus, ou seja, nós, recebemos do Senhor um penhor para esse dia, conforme está em Ef 1:13-14 — em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da sua propriedade ( ou, até ao Dia da Redenção), em louvor da sua glória.
Logo, essa Redenção é a redenção futura... A redenção através de Jesus é uma força viva, uma força que dá vida, uma força que se estende a todo o futuro que está diante de nós. Um futuro sobre o qual o Senhor diz em 21:5 — ...Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.
É verdade que essa redenção futura tem suas raízes no passado, lá na Cruz do Calvário, onde todos os crêem são salvos. Entretanto, esse resultado da redenção ainda é pequeno, se compararmos com aquilo que se torna visível na Redenção que irá se consumar no futuro. Em Hb 9:12, a Escritura se refere a essa redenção como ETERNA REDENÇÃO.
É interessante observarmos que, em Lc 21:1-27, o Senhor Jesus faz um sermão profético, dirigindo-se primeiramente a Israel (pedir a alguém que leia). Agora, reparem, repentinamente, no v.28, o Senhor Jesus fala a todos os que crêem Nele, dizendo — Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.
Essa é a Redenção Futura, a redenção sobre a qual o rolo que estamos analisando fala...
Assim, esse rolo não é o Livro da Vida sobre o qual o Apocalipse e outros livros da Bíblia se referem. Sobre o Livro da Vida iremos tratar mais pra frente...
O rolo, que se encontra na mão direita daquele que está assentado no trono, é o TESTAMENTO DE DEUS E DO CORDEIRO.
Testamento é uma palavra que significa vontade final, ou última vontade. Em relação a Deus, é claro que não se trata de sua última vontade, porque Deus não morre, Deus é eterno. Assim, o rolo trata da vontade soberana de Deus para toda a eternidade.
Agora, como podemos saber que esse rolo contém o TESTAMENTO DE DEUS E DO CORDEIRO??
Vamos ver isso:
1º - O conteúdo do rolo, selado com os sete selos, não permanece oculto porque o v.1 diz que ele está escrito por dentro e por fora...
2º - Os sete selos indicam claramente que se trata de um testamento. Essa representação era muito comum para o apóstolo João... Quando estudamos a História do Império Romano, descobrimos que as leis de Roma, naquela época, eram seladas com sete selos. Deus mostrou, portanto, ao apóstolo, figuras que ele entendia...
3º - Reparem que, ao desatar os selos e abrir o livro, não foi revelado nada de novo. Alguns estudiosos pensam assim mas, no nosso entendimento, reparem, o que estava registrado no testamento tornou-se válido quando os selos foram desatados.
É isso o que acontece com os testamentos... só se tornam válidos quando são abertos... Podemos, ou não, saber o que um testamento contém mas, uma coisa é certa, um testamento só se torna válido quando é aberto, quando são desatados os selos.
Neste cap.5, vemos que ninguém podia abrir o livro, ou seja, ninguém podia abrir o testamento. Ninguém era capaz de conhecer a herança dos santos, conforme está em Cl 1:12 — ...dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz — Muito menos, ninguém era capaz de dar a essa herança dos santos valor legal, isto é, distribuir essa herança.
Aparece, então, um anjo forte e proclama em alta voz como está no v.2b — Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
Em outras palavras: — Quem é digno de abrir o livro e revelar o propósito de Deus para os homens?
Chegou, portanto, o momento de Deus executar o seu testamento, executar a sua vontade soberana de salvação.
Vamos olhar um pouco para trás. Reparem: Deus já revelou sua vontade de salvação ao Primeiro Adão, no Paraíso. Em Gn 1:27 lemos — Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
Qual era então a vontade salvadora de Deus???
Quando lemos a história da criação, vemos que Deus estabeleceu o homem acima de tudo o que tinha sido criado, e vemos também o Senhor disse que tudo era muito bom.
Ou seja, o homem foi colocado como cabeça sobre a herança gloriosa de Deus, sobre a herança incorruptível, sem mácula, herança imarcescível, como diz o apóstolo Pedro em 1 Pe 1:4.
Entretanto, o homem perdeu essa herança por causa do pecado. Com a queda, o homem perdeu a comunhão com Deus e, assim, perdeu a vida eterna... Foi expulso do Paraíso e se tornou um ser errante... é como nos diz Isaias em Is 53:6 – Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho...
A abertura de um testamento é sempre um momento de tensão. E, na situação descrita por João, não é diferente... e essa tensão é até justificada...
Reparem que, quando o anjo pergunta no v.2 – Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? – Não houve resposta, fez-se silêncio... E o v.3 diz — Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele;
Isso significa que ninguém no céu = nenhum anjo; ninguém na terra = nenhum homem; ninguém debaixo da terra = nenhum demônio; ninguém!! Absolutamente ninguém era digno de abrir o livro e olhar para ele...
Nessa situação, há um silêncio na terra e no céu. Ouve-se apenas o soluço de um homem... No v.4 João confessa — e eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele.
Agora, reparem, João já havia passado por muitas experiência com Jesus... Ele andou com Jesus, ele ouviu os ensinamentos de Jesus, ele assistiu aos milagres que Jesus fez, ele estava ao pé da cruz e viu Jesus ser crucificado... viu, também, Jesus ressuscitado e viu Jesus subir aos céus numa nuvem...
Ou seja, João havia visto coisas grandiosas. Mas, agora, na abertura do testamento, quando suas esperanças eram maiores ainda, ele ouve que ninguém é digno de abrir o livro e desatar os selos...
É como se o plano da Salvação tivesse sido bloqueado, porque nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o testamento e dar valor legal à herança de Deus e do Cordeiro...
NINGUÉM??? NINGUÉM!! Ninguém além do próprio Cordeiro de Deus! E por quê? Porque agora vem um ancião – um representante da Igreja Glorificada — e diz a João (v.5) — Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos.
Ou seja, é revelado a João que o "Leão da Tribo de Judá" abriria o livro. Jesus é o Leão que, na cena seguinte da visão, se transforma no Cordeiro de Deus, como está no (5:6) — Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.
O Leão, que representa o absoluto poder e a bravura, se transforma num Cordeiro, símbolo de absoluta bondade. Ele havia sido morto, mas estava vivo. O Cordeiro, está claro, é Jesus Cristo, o Ungido de Deus, o Messias de Israel.
Reparem que o Cordeiro tem sete chifres: pontas ou chifres representam poder... O número sete representa a perfeição... Ele tem também sete olhos, representando os sete Espíritos de Deus, o Espírito Santo perfeito, que vigia em favor do seu povo.
Na cena seguinte, o Cordeiro toma nas mãos o livro. Diz assim o v.7 — Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono...
Somente Ele pode abrir o livro e executar os juízos de Deus sobre os iníquos. Somente Ele salva o povo de Deus.
Há grande alegria e cânticos por parte daqueles que presenciam a cena. Vejamos o que diz os v.8-10 — e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, (9) e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (10) e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
Reparem, portanto, que as quatro criaturas viventes, as quais representam toda a criação, e os vinte e quatro anciãos, que simbolizam os Patriarcas e Discípulos de Jesus, bem como os anjos, se prostram diante do Cordeiro...
A primeira parte do relato se fecha, então, com essa eletrizante cena de certeza de que tanto o presente quanto o futuro estão nas mãos do Cordeiro triunfante...
Esta é uma mensagem de esperança, não só para aqueles cristãos perseguidos pelo Imperador Domiciano, mas, também, para todos os demais crentes em todos os tempos.
Qualquer que for a ameaça, Qualquer que for a luta ou Qualquer que for a provação, Deus não nos abandonará. Ele é o Senhor da História... Amém.

Apocalipse - Estudo 4



O Início da Visão

Ap 4 – Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. 2 Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; 3 e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. 4 Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. 5 Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. 6 Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. 7 O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. 8 E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir. 9 Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, 10 os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: 11 Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Como vimos anteriormente, o cap. 1 do Apocalipse descreve o Cristo Vitorioso, no drama em que o Apóstolo João encontra-se desvendando em sua visão.
Os cap. 2 e 3 falam a respeito do auditório, isto é, a quem se destina esse drama.
Assim, esse auditório, inicialmente, são as sete igrejas da Ásia Menor, mas, num sentido mais amplo, significa todas as igrejas e todos os crentes em todos os tempos...
Desta maneira, até aqui, o que apresentamos aos irmãos foi uma espécie de preparação para o que se inicia neste capítulo 4, o qual é o centro do nosso estudo de hoje.
A partir de agora, surgirão cenas, no livro do Apocalipse, que têm o objetivo de dar aos cristãos perseguidos, especialmente aqueles da época do imperador Domiciano, a certeza de que a causa de Cristo será completamente vitoriosa.
Este capítulo 4, portanto, bem como o estudo da próxima 4ª feira, servem como uma introdução ao que se desenvolverá a seguir.
Todavia, antes de prosseguirmos, buscando compreender a cena descrita no cap. 4, é importante ressaltar três princípios necessários para melhor compreendermos o simbolismo que é aqui utilizado.
A linguagem usada é a própria linguagem "apocalíptica", ou seja, é uma linguagem que não está fundamentada na razão, mas, sim, na imaginação.
A mensagem dos símbolos deve ser vista, de uma forma geral e não nos seus detalhes. Estes detalhes, em sua maioria, não trazem nenhuma mensagem específica, mas apenas compõem o cenário, contribuindo para dar cor, luz, som e movimento à cena.
Por exemplo, a utilização de números raramente tem significado numérico ou aritmético.
A numerologia judaica, presente em diversos outros escritos, revela que o número 1 simbolizava a própria unidade (um objeto).
Já o número 2 estava relacionado ao conceito de fortaleza, de confirmação ou de coragem (duas testemunhas).
O 3 está vinculado àquilo que é divino (Pai, Filho e Espírito Santo), enquanto o 4 simbolizava o mundo físico (quatro pontos cardeais).
O número 5 representa os dedos da mão, sendo por isso, associado à perfeição humana... Quando não há mutilação na guerra, os dedos da mão são cinco.
O dobro de 5, que é 10, se constitui nos mandamentos de Deus.
O 7 é o resultado da soma do quatro (mundo físico) e três (divino), simbolizando a perfeição.
E o 6 é aquele que falhou em sua tentativa de alcançar o 7 da perfeição, está, portanto, associado à falha, ou à queda e ao pecado.
Há também outros números que são combinações de uns com os outros, como é o caso do 666 (o número da besta), ou o 40 que quer dizer a provação humana — 40 anos do povo de Israel no deserto, 40 anos do exílio de Moisés.
O número 70, é um outro exemplo de combinação que significa o super sagrado... há ainda a multiplicação de 3 x 4 = 12, que significa a religião organizada — as 12 tribos de Israel e os 12 discípulos do Senhor Jesus.
Vamos, agora, entrar no cap. 4 propriamente...
O Trono de Deus, os 24 Anciãos e os 4 Seres Viventes
João, o autor do Apocalipse, em espírito, entra pela porta do céu para receber a grande primeira visão.
(AP 4:1-2) — Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. (2) Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
Reparem que esse cap. 4 começa dizendo: — Depois destas coisas... O que significa esse DEPOIS? Para compreendermos o que significa essa expressão Depois destas coisas, vamos recapitular mais uma vez o que vimos nos capítulos anteriores, só que agora vamos ver de uma maneira diferente.
No seu sentido geral, os três primeiros capítulos tratam da Igreja de Jesus, com aquelas mensagens que são dirigidas às 7 igrejas. Além disso, precisamos nos lembrar da ordem que o Senhor Jesus dá a João. Ele diz em 1:19
1. Escreve, pois, as coisas que viste... O que João havia visto? João viu o Senhor glorificado e viu, também, que Ele estava voltando (1:1-20). Esta visão foi tão espetacular, tão magnífica, que João cai como morto... O v. 17 diz — Quando o vi, caí a seus pés como morto.
2. O v.19b prossegue e diz – Escreve... as (coisas) que são... As que são, são as sete igreja (2:1 – 3:22).
3. E ainda no v.19c, o Senhor ordena que João escreva – as que hão de acontecer depois destas. João devia, portanto, escrever também o que aconteceria na terra depois da época da Igreja de Jesus, ou seja, depois do arrebatamento da igreja..
Pois bem, agora, o (4:1) diz — Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.
Reparem que João vê primeiro aquilo que é essencial, o principal: ou seja, O Evangelho, mais exatamente o resultado da redenção... Esta é a mensagem que precisamos anunciar a todo o mundo, a mensagem de que o véu do santuário foi rompido, o céu está aberto, a porta está aberta no céu... E em Jo 10:9, o Senhor Jesus diz — Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo...
Mas, João não somente vê, ele também ouve (4:1b) – como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo... Reparem que João imediatamente reconhece a voz, porque ele já havia ouvido aquela voz no (1:10) – Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta...
Aliás, o próprio Apóstolo João escreveu em Jo 10:3-4 – ...as ovelhas ouvem a sua voz... e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz;
Agora, reparem, se João diz aqui: – a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo — Ele está salientando que aquela voz é a voz do Senhor. Em outras palavras, ele está dizendo: – é o meu Senhor que me chama!
E o chamou com uma trombeta... Isso significa que, figuradamente, João foi arrebatado em espírito, e esse arrebatamento se realiza de modo semelhante ao futuro arrebatamento da igreja. Por quê? Porque o arrebatamento, diz a Palavra em 1 Co 15:52, acontecerá — num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta.
Assim, João é, figuradamente, arrebatado e vê a igreja glorificada no céu, ou seja, ele vê a nós, nós que somos a igreja do Senhor, na glória dos céus...
Vejam também que João chega muito rapidamente ao céu. O v.2 diz: – Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
Reparem, também, que a 1ª coisa que João vê é um trono, no qual alguém está sentado. Existe uma razão para João se referir ao trono, e não à pessoa que está sentada naquele trono... /// Não foi em vão que Deus disse a Moisés em Ex 33:20 — ...Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.
Por esse motivo, João faz apenas uma alusão a alguém que está assentado no trono, ou seja, ele não chega a dizer que viu Deus... Fala somente no trono e sobre alguém assentado, e depois ele descreve o que havia ao redor do trono, sobre o trono e o que saía do trono...
Parece claramente que João teme falar o nome de Deus, teme descrever sua aparência... diz apenas alguém assentado... É como se ele ficasse mudo diante da visão gloriosa de Deus.
A mensagem da visão, que se segue na narrativa bíblica, tenta mostrar um retrato de Deus, ressaltando Sua soberania sobre o Universo e alguns de seus atributos. Vejamos:
1. Deus é espírito:
O Apóstolo João, na realidade, não tenta, ou, pelo menos, não consegue retratar o Soberano de todo o Universo.
No texto, ele diz somente que Deus é semelhante a alguma coisa, comparando o Senhor a pedras como o jaspe, que é um cristal, e a sardônica, uma pedra avermelhada de brilho faiscante.
(AP 4:3) — e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.
Ao comparar a natureza de Deus a essas pedras, João sugere que a expressão do caráter de Deus é gloriosa como uma jóia preciosa.
2. Deus é soberano:
(AP 4:4) — Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.
É possível que essas 24 pessoas representem os doze patriarcas da velha dispensação e os doze apóstolos da nova aliança.
De tempos em tempos os vinte e quatro anciãos prostram-se diante de Deus que está assentado no trono e depositam suas coroas diante do Senhor, demonstrando a soberania do Deus Altíssimo.
(AP 4:10-11) — os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: (11) Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Reparem que esses anciãos são reis, pois eles usam coroas, mas demonstram, com sua atitude, que Deus é Soberano, o grande Rei sobre todas as coisas.
Esta é uma forma de mostrar o erro da pretensão blasfema e herege do imperador Domiciano de se proclamar divino. Os crentes perseguidos são grandemente encorajados através da demonstração de quem é realmente o soberano...
3. Deus é Poder:
(AP 4:5) — Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
Esta referência revela o poder de Deus a partir das manifestações da Natureza criada por Ele mesmo...
4. Deus é imanente na sua Criação: Isto é, Deus é inseparável da sua criação.
Reparem que no v.5 há menção aos "sete espíritos" de Deus, como explicamos na semana passada, usando o texto de Isaias 11:2. Essa menção aos sete espíritos é uma referência à perfeição do Espírito Santo de Deus, que continuamente visita os crentes para os ensinar, consolar e capacitar.
5. Deus é Santo:
(AP 4:6) — Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás.
Reparem que o v.6 se refere a um mar de vidro diante do trono de Deus, sugerindo o quanto Deus é transcendente e majestoso. Por causa da majestade divina o homem não pode se aproximar de Deus porque Ele é Santo... Há, portanto, uma separação entre Deus e o homem, e esta separação é representada pelo mar referido simbolicamente neste versículo.
6. Deus é Fonte de Vida:
A visão, neste ponto, fala de quatro seres viventes no meio e à volta do trono. Cada um deles é semelhante, respectivamente, a um leão, a um novilho, a um homem e a uma águia voando.
(AP 4:7-8) — O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. (8) E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
/// Estes 4 seres viventes não são anjos, porque se fossem isso estaria escrito de alguma forma. Mas, reparem, estes 4 seres viventes estão no MEIO do trono e à volta do trono, eles estão, portanto, próximos, muito próximos de Deus... podemos dizer até que eles fazem parte de Deus... ou seja, eles representam as 4 características de Deus:
O 1º ser vivente – semelhante ao Leão – Leão é a figura da majestade, da força e do poder criador de Deus. Ele é o Rei dos reis, o Senhor dos senhores... Ele é o LEÃO DE JUDÁ...
O 2º ser vivente – semelhante a um novilho - significando que Deus entrega a sua força e o seu poder em sacrifício... ou seja, o novilho significa que Deus se deixou sacrificar em Cristo Jesus...
O 3º ser vivente - tem o rosto como de homem – significando a renúncia de sua glória quando o Senhor Deus veio a esse mundo na figura de HOMEM, em Jesus Cristo. Fp 2:7 diz assim – a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
O 4º ser vivente - semelhante à águia quando está voando – significando que apesar da renúncia, que apesar da limitação que Deus se impôs quando veio a esse mundo, quando se tornou homem, ELE continua sendo aquele que está nos mais altos lugares, acima de todas as coisas...
Além disso, estes 4 seres também representam todos os seres viventes da Natureza: os animais selvagens, os animais domésticos, os seres humanos e os pássaros.
E, tais seres estão sempre no trono de Deus onde reside toda a fonte de vida.
Assim, o cap. 4, que acabamos de estudar, dá início às descrições das visões que se ampliarão nos capítulos seguintes.
Em essência o cap. 4 apresenta a soberania de Deus, o Eterno Criador que protege o Seu povo... Este é o encorajamento que, inicialmente, é apresentado aos perseguidos e massacrados cristãos da Ásia Menor...
Entretanto, esse encorajamento que se aplica a todos os crentes em todos os séculos. O sofrimento, as perseguições e as provações estão sempre presentes na nossa vida, mas são coisas temporárias, uma vez que Deus, o nosso Defensor, é o Soberano da História.
Amém.