quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

DONS ESPIRITUAIS - Estudo 3


No Estudo n°1 sobre os Dons, mostramos que Deus não planejou que o Corpo de Cristo, isto é, a Igreja, fosse organizado como um modelo ditatorial, no qual uma única pessoa governasse.
Falamos também que Deus NÃO teve a intenção de que a Igreja fosse uma estrutura em que todos os membros
governassem.
Assim, em vez de uma ditadura radical, ou de uma democracia
ampla, Deus preferiu criar o Corpo de Cristo como um organismo que tem Cristo como cabeça, e cada membro funcionando com algum dom espiritual.
Compreender os dons espirituais, portanto, é a chave que nos permite entender a organização espiritual da Igreja.
Depois, no Estudo n°2, conversamos sobre a Mordomia dos Dons Espirituais, mostrando que os Dons que nos são dados pelo Espírito Santo devem ser usados por nós para cumprir os propósitos de Deus.
Mostramos ainda, naquela oportunidade, as três listas chaves de dons que aparecem na Bíblia, em Rm 12; 1Co 12; e Ef 4, bem como outros que estão em outras partes do NT, e ainda mais dois Dons acrescentados por Peter Wagner. E, assim, hoje, nós perguntamos:
QUANTOS DONS EXISTEM, AFINAL DE CONTAS?
As listas de dons no Novo Testamento ilustram o fato de que Deus revestiu cada igreja com os dons específicos de que ela
precisa para as tarefas que Ele designou para essas igrejas.
Aí a gente questiona: Será, então, que Deus pode hoje nos dar dons espirituais que a Bíblia não menciona? Na opinião de Schuwarz, sim.
Este autor afirma já ter encontrado cristãos obcecados pela ideia de que cada dom mencionado na Bíblia deve ser exercido na sua igreja e que, para eles, é mais importante ter todos os dons do que realizar as tarefas que estão diante da sua igreja.
E Schuwarz conclui o assunto afirmando que, em vez de nos forçarmos a "ver" todos os dons mencionados no NT em cada igreja local, é mais saudável partir das tarefas que devem ser realizadas por uma igreja local.
Assim, nem toda igreja precisa ter todos os dons, mas toda igreja deve usar os dons que tem para realizar a tarefa que lhe é imposta pela situação em que se encontra.
Saber quais os dons espirituais que estão em vigor em nossos dias, para Peter Wagner, e pra mim também, é uma questão menos importante.
O que devemos saber é que Deus Concede conjuntos de dons específicos para diferentes pessoas, assim como também Ele outorga diferentes conjuntos de dons para diferentes igrejas e denominações, segundo as necessidades e propósitos do Reino...
De acordo com Peter Wagner, igrejas com diferentes
Filosofias de ministério fazem parte de uma bela variedade
que Deus tem embutido no Corpo Universal de Cristo. Uma
vez que as pessoas são tão diferentes, as igrejas tanbém
precisam ser diferentes, para conquistar os incrédulos
Cristo, tornando-os membros responsáveis.
Sendo Deus quem distribui os dons, tanto às jgrejas como aos crentes, então as igrejas e as denominações devem aceitar aquilo que Deus lhes tem conferido, sem qualquer orgulho, inveja, senso de culpa, ou sentimento de inferioridade.
Qualquer que seja o conjunto de dons que Deus escolheu para nós e para a nossa igreja, trata-se de um complexo adequado ao crescimento da Primeirona.
QUE COMBINAÇÃO DE DONS NÓS TEMOS?
Ao escrever sobre a combinação de dons, Schwarz conta que conhece uma irmã que tem o dom do evangelismo, da profecia e da misericórdia.
Conhece outra que tem o dom do serviço e da hospitalidade, e outra pessoa que tem o dom de cura, do ensino, do serviço e da misericórdia.
Há uma outra pessoa, ainda, que tem o dom do aconselhamento. É maravillhoso, conclui ele, que Deus tenha revestido diferentes cristãos de dons tão diversos.
Ninguém tem o direito de se vangloriar dos seus dons, cada pessoa no Corpo depende também dos dons dos outros (Rm 12:3; 1 Co 12:21-23). Cada cristão tem uma combinação diferente de dons.

VAMOS VER, AGORA, ALGUNS DOS DONS ESPIRITUAIS
1. Martírio (23º): No que consiste o dom do martírio? Peter Wagner faz uma brincadeira afirmando que é o dom que só pode ser usado uma vez pelo crente!
Depois ele explica que ter este dom é mais do que simplesmente morrer pela fé. O dom do martírio é uma capacidade que Deus tem dado a certos membros do Corpo de Cristo, para sofrer, pela fé, até mesmo a morte, ao mesmo tempo em que exibe uma atitude jubilosa e vitoriosa, que redunda na glória de Deus.
Em 1943, na Bolívia, cinco missionários da Missão Novas Tribos entraram nas selvas para fazer contato com os índios "ayore", para nunca mais serem vistos. Um outro missionário que conhecia bem aquela área havia alertado a equipe da Missão Novas Tribos, dizendo — Se vocês não levarem armas, não voltarão vivos.
Mas os missionários replicaram que preferiam morrer para glória de Deus a carregar consigo armas de fogo. Igualmente, Estevão, da primitiva igreja de Jerusalém, morreu como mártir.
Não possuímos evidências suficientes para saber se ele possuía, ou não, o dom de martírio, embora suas palavras finais tenham sido, "Senhor, não lhes imputes este pecado" (At 7:60).
Talvez essa palavras possam indicar precisamente isso, o dom do martírio. Mas sabemos que a morte dele resultou num crescimento tremendamente acelerado da Igreja, por toda a Judéia, Samaria e até mesmo entre os gentios em Antioquia da Síria.
Um dos assassinos dos cinco missionários da Novas Tribos mais tarde teve um encontro com Cristo e tomou-se um Presbíteros da igreja dos índios "ayore".
O bem conhecido lema: "o sangue dos mártires é a semente da igreja" expressa o relacionamento que esse dom espiritual pode ter no que diz respeito ao crescimento da igreja.
2. Hospitalidade (24º): A hospitalidade, da qual nos fala 1 Pedro 4:9, pode ser definida mais literalmente, por "amor estrangeiros", e algumas pessoas, sem dúvida, têm capacidade especial de fazer isso, com vistas à glória de Deus e ao desenvolvimento da igreja.
O dom da hospitalidade é aquela capacidade especial que Deus dá a um certo número de membros do Corpo de Cristo para proverem abrigo e uma calorosa recepção para aqueles que estão necessitados de alimento e abrigo.
Os que recebem esse dom não somente têm essa capacidade, mas também amam agir desse modo e se sentem mais felizes com hóspedes em casa do que quando estão sem eles. Essa é uma capacidade sobrenatural, dada a somente alguns poucos crentes.
O crescimento da Igreja durante o império romano, nos dias do NT, dependia muito da hospitalidade. Imperavam condições de viagem muito diferentes dos dias de hoje.
A hospitalidade é, também, muito útil no crescimento das igrejas atualmente, quando o esforço evangelístico gira em tomo de estudos bíblicos em reuniões nos lares.
3. Intercessão (26°) Certos crentes têm a capacidade de orar por extensos períodos de tempo, recebendo respostas frequentes e específicas para as suas orações, em um grau muito maior do que aquilo que se espera do crente comum. Esse é o dom da intercessão.
Quanto tempo por dia, uma pessoa com o dom de intercessão gasta em oração? Talvez oito horas, talvez somente quatro, responde Peter Wagner.
Ele conta que uma senhora, Bernice Watne, de lowa, que era
paralítica e depende de uma cadeira de rodas, mas que há anos
havia descoberto o seu dom de intercessão.
Passar muito tempo em oração, regularmente, está acima da possibilidade da maioria dos crentes que NÃO possuem esse dom. Mas para aqueles que receberam esse dom, passar tantas horas em oração é a coisa mais agradável que há para eles.
Na oração, há um grande poder que muito contribui para o crescimento da igreja.
QUATRO COISAS QUE OS DONS NÃO SÃO:
1° Os dons espirituais não são talentos naturais.
Todo ser humano, em virtude de haver sido criado à imagem de
Deus, possui certos talentos naturais. Talentos são
características que dão a cada ser humano uma personalidade diferente das demais pessoas. E de onde vêm estes talentos naturais?
Claro que, sendo Deus o Criador, podemos dizer que, em última análise, os talentos nos são dados por Deus. Porém possuir talentos naturais nada tem a ver, diretamente, ser crente, ou membro do Corpo de Cristo.
Muitos ateus, por exemplo, possuem grandiosos talentos para determinadas coisas. Os crentes, como qualquer outra pessoa, também têm talentos naturais.
Os dons espirituais não devem ser confundidos com talentos naturais. Pode haver uma certa ligação entre as duas coisas, pois, em alguns casos (não em todos, é claro), Deus toma um talento natural em um incrédulo e transforma isso em dom espiritual, quando essa pessoa passa a fazer parte do Corpo de Cristo.
2° Não confundir os dons espirituais com o fruto do Espírito.
O fruto do Espírito, em seus vários aspectos, é descrito em Galatas 5:22 e 23: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade,
benignidade, fé, mansidão e domínio próprio. Este fruto é a consequência normal e esperada do crescimento, da maturidade,
da semelhança com Cristo e da plenitude do Espírito Santo na vida de todos os crentes.
O fruto não é descoberto como acontece no caso dos dons,
Mas desenvolve-se, mediante o andar do crente com Deus, visto que ele ebtrega a sua vida à direção do Espírito Santo.
Se os dons espirituais ajudam a definir o que um crente faz, o fruto do Espírito ajuda a definir o que um crente é.
O fruto é um pré-requisito para o exercício eficaz dos dons espirituais. Os dons, sem o fruto do Espírito, são inúteis.
Os crentes de Corinto tiveram de descobrir isso pelo lado mais difícil. Eles possuíam um conjunto ideal de dons espirituais, de conformidade com 1 Co 1:7, e estavam atarefados na descoberta, no desenvolvimento e no uso de seus dons espirituais.
Aqueles crentes de Corinto eram tão carismáticos quanto é possível a uma igreja local ser. No entanto, formavam uma membresia desastrosa, uma das igrejas mais confusas e derrotadas sobre a qual podemos ler no NT.
O problema básico dos crentes de Corinto não eram os dons espirituais, mas o fruto do Espírito. Eis a razão pela qual Paulo escreveu o capítulo 13 de l Coríntios a eles.
Ali, pois, Paulo falou profundamente sobre o amor, o primeiro dos aspectos do fruto do Espírito. Ele lhes disse que podiam possuir o dom de línguas, o dom da profecia, o dom do conhecimento, o dom da fé, o dom da pobreza voluntária, o dom do martírio e qualquer outro dom espiritual; mas sem o amor, tudo isso se reduzia a absolutamente nada! (ver 1 Co 13.1-3)
Os dons espirituais sem o fruto do Espírito são como um pneu de
automóvel sem ar.
3º. Não confundir os dons espirituais com os papeis dos crentes.
Quando examinamos a lista dos vinte e sete dons espirituis, torna-se evidente que muitos deles descrevem atividades que são esperadas de cada crente. Talvez o mais óbvio de todos os dons espirituais seja também um dever do crente — a FÉ.
Para que alguém se torne crente e participe do Corpo de Cristo, é preciso ter Fé (Ef 2:8 e 9). Somos informados de que a Fé faz parte do fruto do Espírito (Gl 5:22). E que "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb 11.6).
Em outras palavras, o estilo de vida de todo crente, sem qualquer exceção, deve ser caracterizado, dia após dia, pela fé. Acima de tudo, entretanto, existe o dom especial da fé, que é dado por Deus a apenas alguns poucos membros do Corpo.
Quando discutimos sobre o dom da hospitalidade, vimos que
algumas pessoas recebem uma capacitação esprcial do Espírito para hospedarem, entretanto, isto não significa que os demais crentes não devam se sentir privilegiados por oferecer seu lar a receber outras pessoas.
A oração é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma responsabilidade para todo crente. Esse é outro exemplo do papel cristão. Ninguém precisa do dom de jntercessão para com Deus.
Por igual modo, alguns têm o dom de serviço, mas todos os crentes devem servir uns aos outros (Gl 5:13). Alguns crentes receberam o dom da exortação, mas todos têm o papel de se exortarem mutuamente (Hb 10:25).
Alguns receberam o dom ministerial de evangelista, mas de todos os crentes espera-se que exerçam seu papel de testemunho cristão (Atos 1:8). Amém.

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